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Crítica completa do "Fantasma" (1979) [Atualizado: 02/09/2015]














Obs.: Esta não é uma crítica sobre o filme, é uma dissecação e conterá spoilers sobre o filme então se você não assistiu ainda não recomendamos, nossas dissecações consistem basicamente em apurar e abordar todas as informações dos bastidores do filme, à partir de fontes verídicas e citando também as devidas e possíveis especulações por trás das câmeras, de detalhes à fatos de maior e derradeira importância, aqui está um material selecionado e feito para quem realmente é fã e quer se informar sobre tudo nas produções do filme. Espero que gostem.


Uma introdução ao 'Phantasm'

Quem me conhece sabe que eu sou fanático por essa sequência de filmes, sem sombra de dúvidas é uma das melhores por ser tão bem feita, ser tão sinistra e única. E quando o assunto é franquia eu particularmente acredito que diferencial, visceralidade e genialidade são tudo para completar, pelo menos nos principais aspectos, uma excelente obra digna de ser chamada de clássico por mais que ainda tenha um pé no 'cult'.


Poucas franquias conhecidas de Terror são tão cativantes e originais quanto Phantasm, e essa franquia certamente é a melhor entre todas essas cult, tanto é que não é muita gente que conhece. Uma das coisas que mais gosto do "Fantasma" é que só melhora a cada filme, do segundo em diante segue o mesmo nível de excelente qualidade mas é nítida a maneira que a Fotografia só fica mais bem executada, um tanto quanto raro pra qualquer franquia, dos anos 70/80, e quem dirá de hoje onde mais se copia e recria do que se origina, seja do gênero ou não, mas principalmente pro cinema sinistro. Um dos maiores exemplos de franquia bem-sucedida que só enfraqueceram a cada filme é "A Hora do Pesadelo", que cá entre nós se excedeu desnecessariamente nas continuações, chegando a ter um último filme (New Nightmare) quase que sem uma história tão original, e que mesmo dentro dos tramites de 'ficção' do Freddy Krueger ainda assim chega a ser fraco e absolutamente montado na fama dos filmes anteriores, engraçadamente muitos ainda gostam do filme (confesso que até acho algumas cenas ótimas)...

Mas o grande fato é que passando os atuais 36 anos de lançamento do primeiro filme Phantasm e, 1979 ainda não se viu nada igual em questão de planejamento de roteiro e desenvolvimento de história e personagens, por mais que de início fosse algo bem espontâneo em todos os aspectos, e com atores que então dedicaram toda uma vida a seus respectivos papéis, em 30 anos de planejamento, com cenas gravadas premeditadamente e utilizadas na hora certa.

O lado de ficção é tão forte quanto o Terror no Phantasm, tudo retratável num clima macabro que poucos filmes possuem e é inegável como toda boa obra clássica de ficção possui uma surrealidade genial, e no primeiro filme é um elemento até que fraco em comparação as suas continuações, já da primeira sequência em diante passamos a ver bem mais do gore e desse lado de ficção.

A dedicação imposta pra realização da franquia é enorme, nitidamente é um dos principais motivos destes filmes serem tão caprichados em contar algo consistente, por isso são considerados e incansáveis clássicos do gênero, títulos raramente conquistáveis até o dia de hoje.

O primeiro filme de Coscarelli, o início de tudo


"Jim the World’s Greatest", um drama de '76 foi o primeiro filme na carreira de Don Coscarelli, com parceria de Craig Mitchell. Ainda jovem e sem muita expectativa para onde seguir este filme foi realizado num árduo baixíssimo orçamento, contando com um elenco relativamente interessante de atores aspirantes, mas que serviu perfeitamente como experiência, e em termos de elenco também, como base para o seu primeiro filme de terror três anos depois, o clássico "Phantasm".

Estrela neste filme ninguém menos que Angus Scrimm e Reggie Bannister. O filme foi apadrinhado pela família de Coscarelli, que sempre o ajudou em suas produções independentes, inclusive, Kate Coscarelli, mãe de Don, também se dispôs a atuar em uma pontinha do filme.

O papel que mais chamou atenção de Coscarelli neste primeiro filme foi sem dúvidas Angus Scrimm, com seu jeito todo peculiar de atuar, como um "gentleman" que mais parecia britânico do que americano, nas maioria dos papéis que pegou na época, Scrimm fazia algumas caretas e feições que neste filme e isso foi muito usado no 'tall man', com o rosto que conhecemos.

Coscarelli já havia um encarregado para suas trilhas sonoras, Fred Myrow (finado em 1999), que fez uma trilha excepcional, de fato uma de suas trilhas sonoras é reutilizada em 'Phantasm'.



O segundo filme de Coscarelli


Em seu segundo filme, "Kenny & Company" ainda de 1976, agora um drama mais puxado para comédia, Coscarelli já empunha mais do Terror, mesmo que ainda com despretensões para o gênero. Neste filme tudo se passa em pleno dia das bruxas, e conta com os atores, o velho conhecido e amigo Reggie Bannister e o garoto Michael Baldwin, que segundo o próprio Don Coscarelli foi um dos melhores atores jovens que ele já conheceu na vida.

Neste filme novamente, a mãe do diretor está presente, em uma ponta no filme.

A vontade de fazer um filme assustador/
Influências e inspirações


Já com suas prévias experiências estabelecidas, agora Don Coscarelli passa apostar em algo diferente, filmes de Terror. Conforme o próprio diretor já disse:
"Sempre fui fascinado com esse jeito americano de morrer, o jeito como corpos são levados por agentes funerários, procedimentos sinistros que são feitos nos corpos, os corpos voltam e parecem diferentes, e tem essa grande e mórbida cerimônia. É bem estranho e surreal, pensei que daria um boa temática para um filme de terror." (Don Coscarelli)

Tudo surgiu de um punhado de idéias que Don teve, como também um sonho ainda quando adolescente onde sonhou com uma esférica metálica que o perseguindo por um corredor estreito, essa entre outras ideias e pensamentos, como a afirmação acima deram forças para a criação de algo relacionado ao Terror, de forma sinistra, macabra e um tanto quanto mística.

Uma de suas maiores vontade de fazer Terror surgiu quando numa cena de seu segundo filme a mão do monstro agarra o pé de uma pessoa, segundo ele, a cena causou um enorme susto quando foi exibido em cinema, e daí veio a vontade de exercer o gênero, em poder se 'divertir' com os efeitos diversificados que o bom e velho Terror pode causar nas pessoas.

''Phantasm é figura da imaginação, uma fantasia. Um corpo humano que está onde não deveria. É um monte de coisas sinistras. Edgar Allan Poe adorava a palavra, sempre usava em seu trabalho, foi dele que tiramos a idéia." (Don Coscarelli)

O escritor e diretor Don Coscarelli então já estava decidido, seu próximo projeto seria um filme de terror. Seus filmes anteriores não haviam tido um bom desempenho e alcance, então foi quando ele ouviu sobre vários dos filmes de terror da época, que no momento fazia enorme sucesso, junto ao fato de serem polêmicos pra época; Ramificar-se no gênero de Terror permitiu a Coscarelli combinar o amor de infância do gênero com melhores "perspectivas de negócios", unindo o útil ao agradável.

Angus Scrimm, estilização como 'tall man' e figurinos


Angus Scrimm foi um verdadeiro soldado, nas palavras de Coscarelli. O ator interpretou destemidamente o que na época só estava definido como um ser de outro planeta. O figurino então entrou em processo, agora a mãe de Don ajudou com essa parte e seu pai foi investidor financeiro, tendo em vista que seria uma produção mais séria em todos os sentidos, justamente pensando assim Angus estabeleceu seu nome artístico Angus Scrimm.

Kate Coscarelli, mãe do diretor pegou do pai do diretor dois pares de ternos pretos impecáveis para o personagem, Kate me levou à um alfaiate, a loja 'Benny The Tailor' em Long Beach (Califórnia) para que lhe apertasse o terno nas mangas e fazendo as calças também sob medida. Levando em conta também que Angus teve que entrar num regime para perder 16 quilos e interpretar o 'tall man', isso porque tinha que tomar uma forma mais estranha. E no figurino, é incluído também um par de botas de couro com salto alto de 8 centímetros.

O tall man ''arcaico'' que o filme nos apresenta,
há que prefira, há quem não goste...

O ator tinha em média 1,8 metros de altura e a idéia do 'tall man' se influenciou espontaneamente no ator, e com as botas chegava a incríveis 2,2 metros. Como se não bastasse o diretor ainda fez questão de filmar a maioria das cenas com o personagem em ângulos baixos (de baixo pra cima), o que fazia com que ele parecesse ainda mais alto conforme os outros atores do elenco, ainda mais o ainda criança Baldwin. Engraçadamente as três sequências do Phantasm não se focaram tanto na altura do personagem esquisito, apesar de todo o cuidado, o que torna este do primeiro fime bem mais arcaico.

A diferença de anos nas sequências de filmes entrega a idade chegando para Angus Scrimm que já no quarto filme está bem diferente do primeiro, e com isso conforme Angus já falou sua estrutura óssea diminuiu bastante e no Oblivion ele já estava na casa dos 70 então enfatizar ficou mais difícil.

Cena em que tall man quebra a janela, a cena foi refeita
3 ou 4 vezes com o auxílio de uma placa de vidro falso

Da necessidade de dar ainda mais ênfase no tamanho de Tall man e com todo um sentido de deixar mais místico e sinistro foram criados os "Dwarfs", seres anões que vem do planeta vermelho, depois na sequência explicados como nada além de mortos que são transmutados para serem servos do Tall man.

A careta muito comum do tall man em todos os filmes segundo Angus Scrimm veio do primeiro filme de Coscarelli, onde ele fazia um pai alcóolatra que para animar seu filho fazia caretas engraçadas, sem dúvidas este é um dos motivos pelo qual Angus foi escolhido, assim como Reggie e Michael dos antigos filmes de Don, versatilidade como ator.

E por falar em versatilidade, um dos fatos curiosos em torno do Phantasm é que o ator Scrimm não teve dublê. Em todas as cenas ele mesmo executou suas façanhas, como a cena em que cai em um buraco, armadilha preparada por Mike para capturar o tall man, onde facilmente ele poderia quebrar um pé ou torcer o tornozelo, entre outras, como também a cena da corda, reutilizada no Phantasm Oblivion.

Reggie Bannister, ou simplesmente Reggie,
e a música


O ator Reggie Bannister, assim como nos dias de hoje era um amante da música nos anos 70, o diretor viu essa característica e decidiu usar em algumas cenas do filme, o ator Bill Thornbury, como Jody também era músico e decidiu gravar junto de Reggie alguns improvisos, jam, no violão, entre eles uma cena foi selecionada, fora outras cenas tocando com Reggie, e dentre cenas deletadas, 3 composições originais de Reggie Bannister que ele tocou previamente para o filme.

Sitting Here at Midnight

Uma das faixas usadas no filme, esta composta por 'Jody' e usada no filme

Segundo o próprio ator, Don Coscarelli falou para Bill Thornbury que precisava de uma cena feita na porta da casa que retratasse rapidamente a boa amizade que havia entre Reggie e Jody, com isso uma música onde eles interagissem, então utilizaram uma música na qual ele estava trabalhando. Don Coscarelli gostou e eles tocaram.

Reggie's Ice Cream, e a real sorveteria usada do filme


Na edição original do filme Reggie havia mais cenas da sorveteria chamada Reggie's Ice Cream, em diversas cenas deletadas de extras do filme, mas a única utilizada no filme foi aquela em que o tall man se mostra 'constipado' ao frio, , vemos a construção de uma interação de personagens, entre ele e Mike e também Jody, mas principalmente pela parte do Mike faltou essa construção, simplesmente os vemos como amigos já e o resto fica por conta de nossa dedução. 

Foto da sorveteria nos dias de hoje

A sorveteria usada no filme é a Fosselman’s Ice Cream Company, uma tradicional sorveteria vinda de uma família alemã e que está presenta na cidade de Alhambra, Califórnia, desde 1919, mais precisamente na rua 1824 W Main St. O local permanece em pé até os dias de hoje.


Kathy Lester, o 'alter ego' do tall man, como mulher
e os problemas na filmagem da cena final dela


A atriz Kathy Lester foi aprovada por Coscarelli após um teste que fez onde ela foi com um vestido justo com cor de lavanda, um símbolo sensual no filme mas um tanto quanto inexplicado, a atriz no filme se passa como um alter ego do tall man, e segundo o próprio diretor aquilo não estava no roteiro original do filme. Até ai tudo bem, o problema veio na cena em que a atriz deveria tirar o sutiã, no momento em que tem uma relação sexual com Jody no cemitério Morningside. A atriz comentou o fato:

"No começo eu deveria fazer a cena somente de sutiã, sem problemas ai. Mas então fiz a maquiagem e quando fui fazer a cena, quando abri a porta vi todos aqueles caras me chamando e brincando, e pensei: "Não, não vou fazer isso a não ser se for num set privado." Então o Don me disse: Podemos 'refazer' seu corpo? Quando fui ver o filme no cinema com minha mãe, quando vi seios num corpo gigante que deveria ser o meu eu gritei! Então minha mãe me disse que eu deveria ter feito a cena, os meus são mais bonitos. E as calcinhas lá não são as minhas!" (Kathy Lester para o documentário Phantasmagoria)


Roteiro, complicações, produção demorada

É fácil notar o desequilíbrio impratico no roteiro de Phantasm, segundo a produção do filme afirma a metria final do filme chegou a estonteantes 3 horas, com pelo menos 2 finais alternativos conhecidos, grande parte das "rebarbas" do que seria o Phantasm original foi readaptado para ser reutilizado no Phantasm Oblivion (1998), o quarto filme, bem mais estruturado, que parte corajosamente para a ficção científica, consegue fazer uma junção incrível de cenas lá das filmagens de 1979 ainda, com os atores ainda mais novos e criar uma estrutura bacana.

O roteiro mudou inúmeras vezes durante toda a produção do primeiro Phantasm, tanto é que Reggie Bannister diz que anda não viu sequer uma cópia completa do mesmo; Em vez disso, eles trabalharam muitas das cenas do filme somente na base do improviso. Além disso, o script foi caracterizado por Coscarelli como "raramente linear".

O filme todo levou um ano para ser concluído, o que acabou implicando em diversas assimetrias durante o filme, em certas cenas dá pra reparar por exemplo que Angus Scrimm tá com o cabelo cobrindo as orelhas, e no fim do filme o seu cabelo já está curto.


Orçamento final, acidente no set

Não houve contabilistas no set do primeiro filme, mas Coscarelli estima o orçamento em meros 300.000 dólares, que pra época ainda era pouco pra produzir um filme se você for olhar bem. O financiamento para o filme veio em parte do pai de Coscarelli. O financiamento adicional veio de médicos e advogados. Sua mãe projetou alguns dos efeitos especiais usados no filme, tais como trajes, e até maquiagem. O elenco e a equipe foram compostos principalmente de amigos e profissionais aspirantes no mundo do cinema.

Devido a sua inexperiência, eles não perceberam que o material de efeito especial usando nas armas (retratando balas) poderia ser perigoso, foi quando em determinada cena a jaqueta de Coscarelli pegou fogo após o disparo de uma espingarda. O elenco foi baseado em filmes anteriores que Coscarelli dirigiu, e dos quais ele próprio criou papéis para os atores, tudo isso porque ele não podia se dar ao luxo de contratar um editor ou cinegrafista, Coscarelli quem filmou e editou a obra (fotografou e produziu também).


Sobre as filmagens

A filmagem foi realizada nos fins de semana e às vezes chegava a durar quase 20 horas, isso ao longo de mais de um ano de produção. Reggie Bannister descreveu a experiência de produção em algo parecido como "se estivéssemos voando e presos pelo botão das calças", em referência a aposta ousada que ninguém sabia realmente no que iria dar. Os atores chamados pra executar as suas cenas já começaram logo que estiveram disponíveis. Bannister fez muitas de suas próprias cenas de ação, não optando pela necessidade de um dublê, sem questionamentos, o filme só deu certo porque o elenco também acreditou na obra e deram seu suor para realizá-la, antes de qualquer outra coisa. A rodagem do filme ocorreu principalmente no Vale de São Fernando, em Chatsworth (Reino unido), mas teve cenas na Califórnia.


As esferas do outro mundo


Enquanto Don Coscarelli aperfeiçoada e trabalhava incansavelmente nos conceitos básicos pra conclusão do filme, o roteiro era rasurado e reescrito durante as filmagens. As esferas pra variar nem sequer faziam originalmente parte do filme, até que Coscarelli teve um pesadelo sobre as tais esferas e decidiu que elas dariam um mais um bom e original elemento para a obra, mas ainda na ideia original não envolvia a perfuração, a ideia veio de Will Greene, um idoso metalúrgico que contribuiu para o filme fazendo as esferas icônicos, mas infelizmente ele nunca chegou a ver o filme acabado nos cinemas já que veio a falecer ainda antes de o filme ser lançado.

O Carro de Reggie


O lindo carrão preto de nome Plymouth Barracuda do ano de '71 (que viria a ser um ícone sempre presente nos filmes seguintes, sempre dirigido por Reggie) foi usado porque Coscarelli tinha conhecido alguém na escola que tinha e dirigia um, ele percebeu que poderia consegui-lo emprestado, utilizando-o assim no filme.

A trilha sonora

O tema original do filme

A ideia original foi inspirada em algo sinistro veio de "Something Wicked This Way Comes" de 1962 dirigido por Ray Bradbury. Coscarelli tinha inicialmente procurou adaptar a história para o cinema, mas a licença autoral já havia sido comprada anteriormente. O tema (que depois dos anos 80 caiu no clichê) da extrema dificuldade de um garoto de convencer os adultos ao redor de seus medos e possíveis perigos foi bastante influenciado por "Invasores de Marte" (1953). Suspiria de Dario Argento (1977) e suas "faltas de explicações" foram outras influências sobre Coscarelli. A clássica trilha sonora do primeiro Phantasm foi influenciada por Goblin e Mike Oldfield. Os sintetizadores soavam tão 'primitivos' que era difícil repetir algo que havia sido feito antes, criando assim uma atmosfera bem original e com tom apropriado de filme clássico de Terror. Ao escrever a conclusão do filme, Coscarelli intencionalmente queria chocar o público e que pessoas após verem o filme saíssem "com um estrondo na cabeça".


Pós-Produção e edições finais

Como se não bastasse a demora na pré-produção e execução de um ano do filme, a Pós-produção também demorou bastante, levando algo em torno de sete meses. A primeira exibição do filme, feita somente de teste foi definida como um 'desastre total' devido ao comprimento da película. Coscarelli afirma que cometeu o erro na simetria do roteiro (começo, meio e fim), dando um desenvolvimento exagerado aos personagens, tanto que acabou precisando ser editado e reduzido, eliminando das muitas (e importantes) cenas no fim das contas, acho que apesar disso, em compensação deu espaço para o bom desenvolvimento nos filmes que dariam continuação, podendo enriquecer mais a história e tudo em si.
As cenas editadas e excluidas

Mais uma cena deletada.


A duração final e o Director's Cut

O comprimento de duração da fita original do Phantasm chegou a um todo de três horas de duração, sendo reduzido a um total de 89 minutos na versão final. Foi uma mistura de vários gêneros que caracterizam um monte de desenvolvimentos dos personagens, a abundância de ''subtramas'' e o Tall Man não apareceria até uma hora e meia de filme, revelando-o como o 'ser filme de terror'.

Percebendo que a história precisava de um ritmo bem mais rápido e uma duração mais padrão para exibição em sala, Don Coscarelli re-editou o filme e tirou o que não julgou necessário para um tamanho reduzido a 90 minutos (com créditos). No processo, quase todos os personagens tinham cenas cortadas (Mike, Jody, Reggie, The Tall Man, a cartomante e sua neta, Sally e Suzy, etc) e muitas dessas subtramas foram melhoradas, apesar da maioria ter sido removida. É por isso que o filme tem uma estrutura tão desarticulada com a abundância de pontas soltas, dando-lhe uma sensação única de se passar em algo como um sonho, o que se tornou uma marca do filme, digamos.

Apesar de tudo, não saiu uma versão de diretor contendo todo o material, infelizmente, isso (segundo dizem) é porque implicaria em possíveis erros de continuação com cenas alternativas dos fatos do roteiro, repetidos de formas diferentes, onde muitas até poderiam não combinar e fazer um quebra-cabeças com peças diferentes em formatos iguais, não bate.


Comparação do aperfeiçoamento da mesma fala
da versão deletada do filme original com a sequência de '88

O que mais se perdeu?

A famosa 'telepatia do sonho' usada na sequência foi inutilizada no primeiro filme devido à extensa edição e retirada de cenas vitais. Ainda, durante a filmagem, eles não têm uma clara idéia de qual seria o final ideal para o filme, então vários finais foram filmados, e um deles foi re-utilizado em Phantasm IV: Oblivion. Coscarelli atribuiu a liberdade de escolher entre essas terminações o seu alcance financeiro de produção, que ainda no primeiro filme era somente algo independente e mais preocupado em fazer propriamente, do que mais como, ou onde, ou porque.

Finalmente... O lançamento

O filme finalmente foi lançado em 1º de Junho de 1979 e estima-se que arrecadou 11 milhões de bilheteria num valor geral. Ganhou lançamento para o saudoso laserdisc pela MGM em Novembro de '95, e DVD em Agosto de 1998, sendo relançado em 2007.

Após o lançamento Angus Scrimm divulgou o filme num canal de TV australiano, logo quando o filme foi lançado, o vídeo você pode conferir abaixo com legenda:


O livro da mãe de Coscarelli

Uma cópia do livro.

Há quem possa pensar sem conhecer que a franquia Phantasm é uma adaptação de algum livro, teria tudo pra isso, mas é justamente o oposto, os filmes foram base pra uma adaptação de um livro feito pela mãe de de Don Coscarelli, Kate Coscarelli. Foi publicado em uma edição limitada em 2002 e apenas 500 cópias foram produzidas. Hoje é uma raridade, e poucos têm.

Exhumed, o livro dos bastidores

Duas versões lançadas, a original
e a 'Red Planet Edition', lançada depois

Um livro muito bem produzido sobre a franquia foi lançado, o chamado "Exhumed" (Exumado, em tradução livre), uma boa fonte de informações para os mais fãs dos filmes do Coscarelli ao redor do mundo. O livro ganhou lançamento nos EUA em Abril de 2014, contendo 60 entrevistas, 250 raras fotos e muita coisa boa a mais. Pode ser adquirido em inglês pela Amazon.

Trailer de lançameto do livro



Fontes: Phantasmagoria documentário | Phantasm Exhumed (livro) | Extras de DVD oficial | Wikipédia | Imbd | Novelization | Pesquisas avulsas em sites
Traduções e adaptações: H. Haizer.

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